quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Jenndylla Costa - Museu Oscar Niemeyer / Curitiba



Localizado no centro de Curitiba, o Museu Oscar Niemeyer tem como principal missão o de ser um espaço expositivo de excelência e referência no Brasil e no exterior.

Tendo ao fundo a massa verde do Bosque do Papa, o Museu, com mais de 35 mil metros quadrados de área construída, é uma obra de arte em si mesmo. Niemeyer utiliza no prédio a tecnologia do concreto protendido, que permite a criação de grandes vãos livres entre as colunas e a construção de grandes balanços. Com liberdade formal e arrojo estrutural, ele explora ao máximo as possibilidades formais do concreto. 




PRÉDIO PRINCIPAL:
- Área total: 26.230,90 m2
- Área total com potencial
expositivo: 16.644,00 m2
- Altura: 9,85 m

OLHO:
- Área total: 4.125,37 m2
- Área expositiva Salão Principal:
1.708,14 m2
- Área expositiva Torre da
Fotografia (três salas): 264,78 m2
(cada sala possui 88,26 m2 X 3)
- Altura Olho: 30 m



O Museu tem uma superfície de 70x30 metros, com duplo balanço formado por duas vigas protendidas e altura variável, 5,5 metros na maior seção, apoiadas em dois pilares de 9,10 x 1,20 metros, vazados, que descarregam em dois blocos de 160 m³ cada. Estes, por sua vez, coroam 112 estacas raiz de 30 centímetros de diâmetro, com capacidade de 100 toneladas cada. 



A estrutura é bastante similar a uma estrutura de ponte com pilares, balanços com vigas protendidas, entre outras semelhanças. Os escoramentos metálicos seriam fundamentais para o sucesso do plano executivo, tanto no que se refere ao dimensionamento estrutural, uma vez que seria necessária a mobilização de 700 toneladas de estruturas tubulares imediatamente.

A laje de concreto, originalmente prevista para o fundo do espelho d’água, foi redimensionada, bem como o subleito, tendo em vista os esforços permitidos da estrutura. Foram ainda adotados perfis metálicos sob o escoramento das vigas principais longitudinais, de forma a redistribuir a carga transmitida das vigas transversais quando da sua protensão. Para montagem e desmontagem dos escoramentos, foram contratadas equipes especializadas equipadas com guindastes, para a obtenção de uma rápida montagem e desmontagem.   

A decisão de utilizar formas pré-fabricadas metálicas foi natural, devida à facilidade de manipulação, agilizando assim os trabalhos de carpintaria. Nos setores onde não fosse possível a sua utilização, seriam usadas formas convencionais preparadas no canteiro. Para essa função, uma vez mais a escolha recaiu sobre a MILLS, após análise das opções disponíveis no mercado. Já o aço de construção foi totalmente adquirido da BELGO MINEIRA, sendo cortado, dobrado e entregue na obra pela CCA, de Curitiba.

O volume de concreto fornecido pela Concrebras para todo o complexo do NovoMuseu totalizou 5.226 m3, sendo utilizados concretos de várias classes de resistência de projeto, variando entre 25,0 a 40,0 MPa. O primeiro desafio foi a execução dos dois blocos de fundação com volumes de cerca de 170 m3 cada.  O projeto especificou a relação água/cimento máxima de 0,50. Entretanto, essa restrição de projeto implica em um elevado consumo de cimento, o que provocaria um aumento considerável da temperatura do concreto na fase inicial de endurecimento, causando fissuração na estrutura. Por isso, optou-se pela utilização do cimento tipo CP IV (Cimento Portland Pozolânico) de baixo calor de hidratação, associado aos aditivos Polifuncional e Superfluidificante de terceira geração, combinados.

Outra condição especial foi a da estrutura do Museu, especificada para usar o fck igual a 35,0 MPa e relação água/cimento igual ou menor que 0,45, agregado de dimensão máxima igual a 9,5 mm. Assim, novamente o uso de aditivos especiais tornou-se obrigatório. Outro fato marcante foi o controle tecnológico do concreto, que apresentou, aos 28 dias de idade, resultados de rompimento de corpos de prova que atingiram a marca de 50.9 MPa. Os resultados obtidos comprovam a excelente qualidade dos materiais utilizados, principalmente do cimento Itambé CP V ARI RS, que, potencializados com uma baixa porosidade proporcionada pela relação água/cimento reduzida, resultaram numa estrutura que terá uma vida útil superior a 300 anos. Esta especificação de concreto e seus resultados permitiram uma significativa redução nos prazos de descimbramento e de protensão. Na concretagem das lajes da área principal foram utilizados equipamentos de nivelamento a laser, além de desempenadeiras mecânicas, de forma a se eliminar o contrapiso, excluindo assim uma atividade posterior.   

Um aspecto fundamental para o sucesso do planejamento era a execução da laje curva da cobertura, com 70 metros de vão em arco, que dispunha de apenas 40 dias de prazo. O arquiteto Oscar Niemeyer, devido a sua fidelidade ao concreto armado não aceitou sua substituição por estrutura metálica. Assim as vigas em arco foram executadas de forma convencional apoiadas sob o escoramento metálico instalados sobre a laje recém-concretada, ainda escorada. Sobre as formas das vigas foram instaladas lajes pretendidas, fornecidas pela DM Construtora de Obras, com 3,5 centímetros de espessura, sobre a qual foi concretada a laje convencional. Esta opção reduziu consideravelmente o escoramento metálico, as atividades de desforma e o acabamento inferior da laje, atingindo com isso o objetivo traçado. A retirada do cimbramento deu-se em apenas cinco dias.    

Instalações

Paralelamente à estrutura principal, foi executada uma estrutura enterrada para abrigar os equipamentos de subestação elétrica, reservatórios de água potável e incêndio, gerador de emergência, bombas e tanques de pressurização bem como de ar condicionado.


Acabamentos

Enquanto era executada a estrutura da cúpula, eram processados os acabamentos internos da torre que abriga escadas, elevadores e shafts. Depois de colocadas as luminárias anteriormente descritas, passou-se imediatamente a instalar o forro da Hunter Douglas, formado por mais de 500 mil bandeirolas de alumínio que também já estavam pré-montadas.


Esquadrias

Assim que foi concretada a laje principal, iniciaram-se os trabalhos de fixação das estruturas metálicas pré-fabricadas, que serviriam de suporte para as fachadas de vidros. Logo após a desforma da laje superior curva, a fixação superior da esquadria foi concluída. Isso possibilitou a imediata montagem dos painéis de vidro e Structural Glazing externos, já pré-fabricados. Depois de concluída a face externa, a etapa seguinte foi a instalação dos brises de alumínio e das superfícies internas de vidro.
A partir da desforma do arco, os trabalhos de acabamento e fechamento, bem como a impermeabilização, foram executados em 25 dias. Com a utilização de técnicas modernas de engenharia, recursos humanos e materiais bem dimensionados, motivação das equipes por meio de mecanismos de planejamento que permitiam verificar cada etapa vencida e a sólida retaguarda de uma empresa com 55 anos de tradição permitiram a superação dos desafios inicialmente propostos.











Museu Oscar Niemeyer em construção




Planta de situação







Maquete eletrônica esquemática
















Obra Análoga -Marina Pública De São Sebastião São Sebastião - SP


Marina Pública De São Sebastião
São Sebastião - SP 

A proposta do arquiteto Cláudio Thomas Reuss mostra um estudo detalhado do sistema de estrutura tensionada para a construção de um centro de eventos. O projeto busca referências visuais e modos de funcionamento de mecanismos e peças utilizados em diversos equipamentos, com fins variados. Trata do conceito estrutural e de conceitos formais e de concepção de detalhes estruturais.
        Descrição: http://www.sau.arq.br/images/projetos/10/01.jpg                   Descrição: http://www.sau.arq.br/images/projetos/10/04.jpg     
                 Planta de Implantação                      Perspectiva da Marina Junto ao centro Histórico.
O Projeto
O centro de eventos proposto abrigará uma grande área livre e terá pé-direito relativamente alto, para possibilitar a montagem de aparato luminotécnico para shows e exposições. Mas, apesar de seu grande porte, não deverá interferir de modo drástico na paisagem do litoral, compatibilizando-se com as condições climáticas da região, críticas no que se refere à ação de fortes ventos.
                                               Descrição: (clique para ampliá-la)

A estrutura faz referência a estruturas orgânicas e de barcos, pois se baseia no conceito de uma espinha dorsal com costelas que a cruzam. Por se tratar de um sistema de cabos, apenas uma costela é rígida, compondo-se de um arco, que, com a ajuda de um pilar, o único que invade o espaço interno, sustenta toda a estrutura. As outras "costelas" são de cabos.
                                                    Descrição: (clique para ampliá-la)
Essa estrutura de cabos tem a função de rígido controle formal da lona que faz a cobertura do espaço. O sistema se vale de um princípio muito similar ao estabelecido pelo tensi-grid, utilizado para fazer grandes panos-de-vidro, estruturados por cabos contrapostos.
Apesar de ser uma estrutura extremamente leve, é submetida a tensões que lhe conferem grande inércia como elasticidade, mais restrita pelas tensões, mas suficiente para absorver impactos e tensões criadas pelos ventos.
                                                      Descrição: (clique para ampliá-la)
"Esse aspecto é interessante se compararmos a rapidez com que um material como o alumínio se fadiga, em relação a um cabo de aço", explica Cláudio Reuss. O processo ocorre quando esse material cria fissuras que trazem a oxidação ao interior da peça.

O alumínio se fadiga principalmente quando submetido a esforços de flexão e, para que isso não ocorra nas peças de fixação, estas, como no caso do tensi-grid, terão articulações livres em pontos estratégicos.
Resisitência à Carga de Ventos
Se a estrutura tem como condicionante vencer ventos, deve ser considerada como uma estrutura "viva', isto é, que se altera em forma para absorver as tensões geradas. Ela deve drapear em alguns momentos: quando ocorrem as rajadas de vento, deveria dar rápidas drapeadas e não entrar em ressonância com ventos fortes, o que faria com que se rompesse.
Em barcos a vela, isso é evitado com o aumento da tensão na vela, tornando-a mais reta. Trabalho que pode ser feito prétensionando a retranca e alterando então a flecha do mastro. Outra solução é "talear" a vela - hoje, as talas são utilizadas para protender o tecido, não sendo apenas encaixadas dentro do velame. São maiores que o tecido e, por sistema de cordas ou de fitas, tensiona-se o tecido sobre elas, tendo-se maior controle formal da vela.
                                                       Descrição: (clique para ampliá-la)

Nesse sentido, dois cuidados foram tomados. A lona foi pré-tensionada em conjunto com a estrutura de cabos, para evitar a existência de áreas de pano não submetidas a tensões. E, valendo-se de princípio semelhante ao da tala que percorre a vela no mesmo sentido que o vento, foram previstas estruturas também de cabos contrapostos, classificadas como ternárias, que fazem anéis elípticos cruzando a espinha dorsal como todas as suas seções, percorrendo em sua maior extensão o mesmo caminho do vento.



Configuração


Descrição: http://metalica.com.br/images/stories/Id713/centro-eventos5.jpgDescrição: http://metalica.com.br/images/stories/Id713/centro-eventos6.jpg
Descrição: http://metalica.com.br/images/stories/Id713/centro-eventos7.jpgDescrição: http://metalica.com.br/images/stories/Id713/centro-eventos8.jpg
Descrição: centro-eventos9
                       
O projeto propõe uma estrutura principal, que pode ser montada independente do resto - e é sobre ela que serão penduradas as outras. Ela é composta por um arco e um pilar inclinado, principais sustentações da estrutura. Perpendicular ao arco, ocorre uma treliça de arcos de cabos contrapostos, pendurada no arco, através de um "pilar flutuante". Este, na realidade, tem função semelhante a um espaçador, sendo utilizado para aumentar a seção útil dessa treliça, sem que o arco se torne desproporcional e muito alto, conseguindo, dessa maneira, resultado formal mais interessante. A treliça é composta de quatro cabos, contrapostos dois a dois, e entre eles ocorre o plano de simetria de toda a estrutura. Sobre essa estrutura são penduradas estruturas semelhantes à primeira, mas não compostas de quatro cabos e sim de apenas dois, contrapostos, na sua maioria perpendiculares ao plano de simetria. Ao serem fixos a essas verticais da treliça principal, eles respeitam a inclinação delas e algumas vezes também sofrem variação de grau com o plano de simetria. As verticais, portanto, estão sobre o eixo de interseção do plano dessa treliça com o plano de simetria. Essas seções são classificadas como estruturas secundárias, sendo treliças de cabos "K'. Por último, estão as estruturas ternárias, que têm função exclusiva de contraventamento e se configuram por anéis elípticos construídos segundo o mesmo modelo estrutural -, que se articulam a todas as seções da estrutura secundária e cruzam a treliça principal nos pontos de maior raio. A lona ou tecido que faz a cobertura do espaço é instalada próxima à linha neutra da estrutura, para garantir pouca movimentação quando a estrutura for submetida a oscilações.
Alunas: Juliana Julião e Talita Sanarelle
Prof.ª Carla Paoliello

Obra análoga_ Escola Panamericana de Arte_ Dayane Hellen e Taís Luz
















 

 

Obra Análoga - Museu de Arte Contemporânea (MAC) Jordana e Mariana Silveira

Obra Análoga - Museu de Arte Contemporânea (MAC) 
Jordana e Mariana Silveira

Local: Niterói - RJ
Área: 2500m²
Arquiteto: Oscar Niemeyer
Engenheiro Civil: Bruno Contarini
Data: 1991/1996

Foi construído a partir da intenção de aproveitar a bela paisagem da baía de Guanabara. Segundo Niemeyer, o museu foi feito a partir da imagem de um cálice de uma flor suspensa no ar e o terreno livre de outras construções para realçá-la. Com 360 graus de visibilidade em relação à bela paisagem.

Em dezembro de 1983, começa o início das fundações para a instalação do Museu, na Boa Viagem.


Em outubro de 1992, a obra já estava em estágio já bem avançado. Foram Necessários 5 anos para erguer a estrutura de três pavimentos. Para tanto foram retirados 5500 toneladas de material em escavações.

Em 1996, a obra foi concluída.
De fato, envolve processos abertos e dinâmicos, no qual a técnica construtiva não se torna mais suporte, mas substância das verdadeiras opções projetuais. Portanto, torna-se necessário a evolução do conceito de como se opera para o conceito de por que se opera.
O MAC é um edifício de três pavimentos, que foram distribuídos de tal forma:
º Na primeira entrada fica o pavimento de recepção e administração. 
º Logo acima, o segundo pavimento abriga o salão central de exposições envolto por uma varanda circular envidraçada, destinada também a exposições, totalizando uma área de mil metros quadrados, de onde se pode admirar a paisagem panorâmica da Baía de Guanabara.
º O subsolo, possui um auditório para 60 espectadores e área para o restaurante “Bistrô MAC”- é um espaço que reúne gastronomia, arte e música, em um ambiente belíssimo, além disso, há uma central de energia, bombas hidráulicas e dois reservatórios de água com 6.000m³ cada. 










  

Para esta estrutura foram usados 32.000 m³ de concreto, quantidade suficiente para levantar um prédio de 10 pavimentos. Com 16 metros de altura, o MAC nasce do chão numa base cilíndrica de 9 metros de diâmetro que sustenta todo o prédio, ancorado em uma sapata gigante de cinco metros de altura e 16 metros de diâmetro. O espelho d’água possui 817 m² de superfície e 60 cm de profundidade.
É uma obra solta no ar, com um único apoio central. Foi projetada para suportar um peso equivalente a 400 kg/m² e ventos com velocidade de até 200 km/h.
A cobertura circular com 50 metros de diâmetro e área de quase 2 mil metros quadrados, recebeu tratamento térmico e impermeabilizante.
O apoio central cilíndrico é oco, para permitir o transporte vertical, por elevador ou placa elevatória, de peças abrigadas no subsolo; por isso, os cabos superiores da armação, forçados a desviar-se do poço, formaram uma estrela com a armação principal das vigas em balanço. 













Os quadros de vigas e pilares formam assim uma espécie de mesa, apoiada por sua vez sobre a estrutura do primeiro pavimento (Administração e setores técnicos). As vigas em que está pendurado o mezanino foram construídas em concreto protendido e avançam em balanços de 11m sob o forro do mezanino.
O peso dessa superestrutura, transmitido pelos pilares da mesa ao primeiro pavimento, é sustentado por um conjunto de vigas radiais realizado em concreto protendido; do apoio rígido sobre o pilar central, essas vigas se projetam em balanços de aproximadamente 10m até a periferia circular do bojo externo do Museu.
O comportamento estrutural das vigas exigiu que a armação negativa, na parte superior delas, passasse de um lado ao outro do apoio central, de forma a equilibrar todo o arcabouço até agora descrito. De fato, o apoio central cilíndrico é oco, para permitir o transporte vertical, por elevador, de peças do subsolo; por isso, os cabos superiores da armação, forçados a desviar-se do poço, formaram uma estrela com a armação principal das vigas em balanço.